domingo, julho 30, 2006

:2


Não sei em que é que se basearam os senhores da :2 para criar o seu esplendoroso serviço público. Mas, ao ver, depois dos longos anos de formação de muito boa gente no campo da cinéfilia, por exemplo, da rubrica Cinco Noites, Cinco Filmes, o abandono a que o Cinema foi votado no segundo canal estatal, relegado para os sábados e com filmes algo óbvios, penso que, para esta gente, o cinema é mero entretenimento, dado em colheres de chá para não magoar o estômago. Se o contribuinte pudesse escolher onde aplicar os seus impostos, a televisão pública não levava um chavo meu.

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Não é cinema, mas...

Um dia, burgessos destes, um que escreve entre uma ida ao solário e uma partida de golfe, e outro que vive bem montadinho em Paris e pensa que sabe tudo, mas critica os outros pelo mesmo defeito, perceberão que criticar uns não é o mesmo que apoiar outros. Bem precisam.

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terça-feira, julho 25, 2006

A César o que é de César

Escrever Cinema foi "esquecido" nos meus links pelo facto de o seu autor, Daniel Pereira, não o actualizar regularmente, primeiro por falta de tempo, depois por falta de motivação. Não sei se ele o percebeu assim, mas, de qualquer modo, foi esse o motivo. Nos últimos dias, o autor deste blog voltou à escrita. Como tal,um dos melhores blogs de cinema em português está, a partir deste momento, nos meus links. Bem-vindo de volta, rapaz.

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Solidão em Surdina


A Vida Secreta das Palavras, segunda obra de Isabel Coixet a estrear em Portugal, é feita de dor interiorizada, de dor impossível de contar. É um filme lindíssimo, que lembra em vários momentos a forma estilizada como Wong Kar Wai trata os seus cenários (brilhantes os momentos de chuva a varrer a plataforma petrolífera).
Hanna, impressionante Sara Polley, empregada fabril exemplar ao ponto da obsessão, é obrigada a tirar férias, depois de quatro anos de trabalho ininterrupto. Por tédio ou por medo de demasiado tempo a sós com a sua consciência, emprega-se como enfermeira numa plataforma petrolífera, tratando de Josef (tocante Tim Robbins), ferido num acidente traumático e parcialmente queimado. Uma estranha forma de amor estabelece-se entre ambos, baseada sobretudo no silêncio e na partilha de mazelas espirituais.

Importa afirmar que A Vida Secreta das Palavras, independentemente da sua beleza, é um falhanço. Porque, no final, transformado em libelo anti-tortura, a realizadora muda brutalmente o cerne do filme de uma ideia abstracta de dor, inominável, para a imensa imaginação dos cruéis, e para necessidade de os combater. Questão de uma pertinência indesmentível, mormente no período que atravessamos, mas que acaba por tornar o filme menos ascético, e baixá-lo às “nódoas” do comportamento humano. E havia tanto para explorar na deslocação emocional dos homens de enorme força física, a começar pela brilhante personagem de Javier Camara , intrigante na forma delicada e amorosa como trata a comida, como se ela lhe lembrasse alguém.

Num texto que até partilha com este algumas opiniões, Daniel Pereira argumenta que os homens são, neste filme, cowboys e a plataforma o saloon. Respeitosamente, creio que a imagem é algo imprecisa. Creio que as personagens são cowboys, mas a plataforma é a sua cabana no meio do desfiladeiro de onde, por muito que queiram, já pertencem ao ponto de não funcionarem em mais nenhum lado. Ou então são, como dizia uma personagem no Insomnia de Christopher Nolan, gente que foi para o Alaska para fugir de alguma coisa. Não há maior desfiladeiro que o mar, não há maior isolamento que a insularidade. Se este filme merece quatro estrelas, é porque há vida suficiente na plataforma para sustentar dez filmes – três das estrelas são para esses momentos.

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segunda-feira, julho 24, 2006

A Genealogia da Moral


Não sei, sinceramente, porque me deixei levar pelo truque de Rope, pois não o posso considerar de outra maneira que não um truque. (…) Actualmente, quando penso nele, dou-me conta de que era completamente estúpido porque rompia com todas as minhas tradições de e renegava todas as minhas teorias sobre a fragmentação do filme e as possibilidades da montagem para contar visualmente uma história.

Alfred Hitchcock


Não há, à partida, “suspense” típico neste Rope (1948). Por um lado, já sabemos que houve realmente um homicídio. Por outro, a moral hollywoodiana, cujo “braço armado” era a censura ancorada no Código Hayes, impedia que os criminosos escapassem à justiça. Não é à toa que “o crime não compensa” é uma máxima com tantos exemplos fílmicos. Rope torna-se assim uma experiência, um exercício de estilo que, na sua dificuldade mas também na forma enxuta como é realizado, só encontra paralelo, na obra do realizador, em North By Northwest (1959). Nele, o mestre experimenta duas técnicas, interrelacionadas, que voltariam à sua obra em momentos futuros (Under Capricorn, 1949 e Dial M for Murder, 1954), a saber: o plano sequência e a concentração espacial do teatro, derivada da unidade de espaço da poética aristotélica. Ambas estão relacionadas na medida em que, numa peça de teatro, a acção é bastas vezes contínua, não havendo, a não ser por efeito das luzes, e propositadamente, interrupção entre as cenas. Ora, o plano sequência consiste precisamente em filmar uma cena em contínuo, sem edição ou “inserts”. Rope passa-se todo dentro de um apartamento (com excepção dos créditos iniciais, passados na rua), é derivado de uma peça teatral e Hitchcock tentou fazê-lo num só “take”. Esbarrou nas limitações técnicas da sua época, nomeadamente na duração estanque (dez minutos) de cada bobine, o que provocou o menos conseguido artificio deste filme, o enfoque nos casacos dos personagens masculinos aquando do fim de uma bobine e o principio de outra, por modo a dificultar a noção do corte, mas resultando precisamente no contrário. Adicionalmente, diga-se que a filmagem foi complicadíssima, sendo necessário mover a câmara, pesadíssima por filmar em “technicolor”, numa constante sequência de “travellings” e panorâmicas, que obrigaram inclusivamente a que o cenário tivesse todo rodas, para que esta se pudesse deslocar livremente. No fundo, Hitchcock tentou criar um meio adequado para contar uma dada história, num método que é parte integrante de um processo de adaptação literária. Não existe, então, um falhanço de Hitchcock, mas sim uma demonstração óbvia do que significa, em termos práticos, estar-se à frente do seu tempo. Uma vantagem esta técnica tem certamente: é impossível ver este filme e não passar a saber todas as variações possíveis dos movimentos de câmara acima referidos. E está, enquanto filme, quilómetros acima do único filme até hoje feito num só plano, The Russian Ark de Alexandre Sukurov, que é chato como a potassa.
Aquilo que a frase de Hitchcock não diz é que este é também um dos filmes mais densos, em termos de conotações morais e filosóficas, da carreira do realizador. Subjacente a toda a história de dois rapazes, homossexuais (de acordo com os criadores do filme, mas cuja sexualidade acaba, depois de Àlmodovar, por ser um pouco diluída pela forma e pela moral do filme), que assassinam um amigo porque o podem fazer e pela emoção do acto e da impunidade, está toda a filosofia nietzschiana do super-homem, e da moral como uma formatação comportamental necessária apenas para guiar os mais fracos. O homicídio é, neste contexto, não só uma experiência artística, como também uma curiosa forma de regulação social, útil para fazer fluir a vida em sociedade. Neste aspecto, um pormenor é basto importante: Rope é a história de um desejo de vitória que se desmultiplica em duas derrotas: a dos dois jovens adultos (um brilhante e sanguinário John Dall, protótipo do assassino a um tempo terrível e encantador, e um Farley Granger com a sua tradicional fragilidade elevada à potência dez e regada em álcool), incapazes de levar a cabo o plano que tão sobranceiramente tinham concebido e, a mais trágica, a do professor interpretado por James Stewart (a iniciar, no pós-guerra, o seu percurso em direcção à negritude), que falha, humana e culturalmente, na formação dos seus alunos, e, pior do que isso, vê as concepções teóricas de uma vida destruídas pela crueldade da prática. À boa maneira de Hitchcock, nenhuma das personagens principais de Rope, mesmo aquela que desata a intriga, é o “bom da fita”. A fita, essa, como de costume em Alfred Hitchcok, é muito boa.

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quinta-feira, julho 20, 2006

Ângulos Opostos

Nas salas nacionais estão, em simultâneo, dois filmes de animação. Over the Hedge, de Tim Johnson e Karey Kirkpatrick, último filme da Dreamworks, representa uma tentativa algo “clássica” de fazer animação, assente na antropomorfização dos animais bem como num carácter de conto moral indissociável das atribulações das personagens. E Cars, de John Lasseter e da sua Pixar, indiscutivelmente um dos melhores filmes de 2006, elegia à “small town America”, aos “wide open spaces”, à cultura automóvel que se baseia, primordialmente, numa ideia fortíssima de liberdade e, contraditoriamente, de comunidade. E são duas obras que, nas suas diferenças e semelhanças, revelam os actuais caminho do cinema de animação americano.


Over the Hedge é a história de um conjunto castiço de animais hibernadores que se vê liderado, contra a vontade da tartaruga Verne, o chefe anterior, por um manhoso guaxinim, RJ, conhecedor da abundância alimentar dos humanos, mas que tem de angariar comida para repor uma divida a um urso sanguinário, não para o Inverno. O que só é ampliado pelo facto de, durante a hibernação, um gigantesco subúrbio ter sido construído junto ao território dos animais. É um filme que, sendo razoavelmente banal, até nas sequências de acção que encena, se perde mormente na sua tendência vincadamente moralista, não na sua crítica ao despesismo dos humanos, mas na ideia de ética rasteira e mediana que parece percorrer a mensagem (relacionada, como quase sempre, com a noção da família como base da sociedade). Esgota-se à primeira sua visão, e ficam apenas as piadas cinéfilas.

Cars é nostálgico, adulto, belo, referencial e estimulante. História de Lightning McQueen, corredor de grandes capacidades mas a quem falta humildade, e de como este, por engano, acaba por ir parar a uma pequena cidade, Radiator Springs, esquecida no meio da Route 66 pela construção de uma auto-estrada. Conto moral, mas nunca moralista, sobre a importância do trabalho de equipa, da humildade e do respeito, é uma obra de profundo rigor técnico, numa esplêndida antropomorfização das viaturas, e com um carácter humanista capaz de, com razoável facilidade, atribuir carne às suas personagens. Destaque para a classe de Paul Newman e para Larry the Cable Guy, um dos mais interessantes comediantes americanos da actualidade.

Se Over the Hedge é dispensável, Cars afigura-se como de especial importância para perceber uma possível estratégia de mercado (e cultural) da Pixar: a progressiva complexificação de referências da companhia norte-americana (em que se inclui, por exemplo, as referências a Steve McQueen e a Rock Hudson ) não servirá para fazer evoluir os filmes da companhia à medida que o seu público-alvo cresce? Sobretudo porque, por comparação, se as mesmas referencias cinéfilas existem também no primeiro filme, a maturidade do guião não as acompanha. Cars um filme transversal, que sabe que o valor estético da animação é enorme, e que há quem o reconheça; Over the Edge quer agradar a crianças, e acaba por lhes agradar apenas a elas .

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A Vida imita o Cinema - I

Munich (Steven Spielberg, 2006) e a desproporcionada reacção israelita






Líbano 2006 (Adivinha Quem Voltou...)

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O Amor nos Tempos de Cólera



Abençoado ciclo “Um ano de cinema(s)”, que me permitiu ver I Heart Huckabees de David O. Russell. História de gente em queda livre, pessoas que compreendem, à maneira de La Haine (Mathieu Kassovitz, 1994), que o problema da nossa sociedade reside não na queda, mas no impacto iminente, é uma humanista e lúcida comédia sobre o choque do individuo contra a sua impotência perante o curso, bastas vezes errado, da História.

Nem sempre esta sátira é esperançosa. Aliás, apenas no final, com a descoberta da reciprocidade das relações humanas, a acção individual parece prefigurar a esperança. Mas lida com os momentos de dúvida, de necessidade de auto-conhecimento, com o niilismo como solução fácil, e a porta que estes abrem para a aceitação e eficiência do papel individual na construção e mudança do mundo. Para o fazer, apoia-se numa história, no mínimo dos mínimos, bizarra: Lili Tomlin (excêntrica como sempre, com a competência do costume) e Dustin Hoffman (cada vez mais apostado em brincar com a sua imagem de actor sério e “metódico”) são detectives que visam perceber e resolver as maleitas psicológicas dos seus clientes. Um dia são contactados por Jason Scwartzman (o Holden Caulfield dos tempos modernos), presidente de um núcleo local de uma associação ambientalista prestes a ser exonerado, que sonha em matar os seus inimigos a golpes de machete. Este conhece um neurótico bombeiro (Mark Whalberg a mostrar o actor que pode ser), traumatizado com “aquela coisa de Setembro” e envolve-se com uma niilista francesa (‘pera aí, era a Isabelle Huppert, não era?), etc. etc. etc.

Denso e filosófico, com espaço para o existencialismo brutal de um Houelbecq paredes-meias com os travellings de P. T. Anderson circa Magnólia (1999) e o onirismo do Michel Gondry de The Eternal Sunshine of the Spotless Mind (2003), mostra um realizador não só em pleno domínio da sua arte, como também alguém capaz de manipular diversas referências culturais e transformá-las em algo pessoal (brilhantes as sequências de anúncios publicitários em que a personagem de Naomi Watts é prostituída como carne num talho). É um elixir para a alma de quem observa, impotente, a iniquidade impune a desenrolar-se no Líbano e o progressivo aquecimento global. Um dia, talvez com a ajuda de alguns críticos revisionistas, Russell, também autor do belíssimo Three Kings (1999), venha a ser considerado tão importante para esta nova geração do cinema americano quanto Sofia Coppola.

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quinta-feira, julho 13, 2006

Nice to KnowYou!


Num meio cinematográfico que, bastas vezes, gera burburinho injustificado, não é de estranhar que Me and You and Everyone We Know, estreia de Miranda July, tenha granjeado respeito e admiração em quase todas as paragens do seu périplo comercial e festivaleiro. Nada há aqui do amorfo e ineficaz presente num filme como You Can Count on Me de Kenneth Lonnergan; pouco há aqui da sobrevalorização dada a Mean Creek (que é um bom filme, mas nada do que alguns fizeram dele) de Jacob Aaron Estes; ainda nada há da repetição insuportável e degradante do cinema de Larry Clark. É, então, uma obra que na sua individualidade e no seu lirismo, está confortavelmente no que poderia e deveria ser o paradigma de originalidade do cinema independente americano.

Histórias cruzadas de gente desamparada, Me and You… mostra os grandes momentos da vida travestidos de acontecimentos do quotidiano. Seja a iniciação sexual, a morte, a interrupção de uma relação, o começo de outra ou a solidão, nada escapa a uma postura que funde a emoção a uma observação simultaneamente lúcida e subjectiva, cheia de carinho humanista para com as personagens. É um filme cuja visão deixa um conforto na alma, mesclado de nostalgia por coisas com as quais nada temos a ver, mas pelos quais, de formas diferentes, já passámos. É, em suma, um filme que depende em muito da (falta de) resistência emocional ao que nele é mostrado, resistência essa que é combatida assaz eficazmente pela extraordinária musica que pontua as imagens. Resumi-lo ou recontá-lo é como definir um bom vinho pela sua fórmula química, esquecendo o travo doce e aveludado.

Por favor, deixem-se entrar nele.

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domingo, julho 09, 2006

Interferências Musicais - III

Comece-se por constatar a dificuldade existente em manter uma publicação de teor crítico em Portugal. Por um lado, somos um mercado minúsculo, com carências a nível dos hábitos de leitura, existentes quer por questões culturais, quer por questões educacionais. Por outro, os brandos costumes, que parecem impossíveis de erradicar, tornam o confronto de ideias incómodo aos olhos da maioria de nós. Neste contexto, algo vende mais facilmente se consensual do que se relevante ou inovador.
Tudo isto a propósito da fraca primeira edição do Blitz. Perdão, da Blitz, agora que foi extinto o vetusto jornal semanal e inaugurada a revista mensal. Com direcção de Miguel Francisco Cadete, que depois de uma longa estadia no Público regressou à casa-mãe nos últimos números e agora lidera o novo projecto, parece ser uma tentativa de simplificar o cariz do jornal, alargando assim o seu público. Infelizmente, a proposta de uma publicação que parece ir beber às britânicas Mojo e Uncut revela-se pobre, incapaz de grande profundidade ou de grande complexidade, e aposta inclusivamente num grafismo canhestro, que, na sua tentativa frustrada de parecer cibernético, não deixa escapar alguma “parolice”. As críticas são minúsculas e desinteressantes, demasiado formatadas nas notas (todos os álbuns revistos nesta edição são, na pior das hipóteses, medianos) e alguns dos artigos são francamente desinteressantes: depois de ter ouvido as opiniões de praticamente toda a gente sobre o Mundial 2006, só me faltava mesmo saber o que pensava Pink…
Há efectivamente espaço para evoluir, e louve-se a entrada de Rui Tavares numa crónica mensal que promete, bem como o excelente artigo sobre os Rolling Stones e Altamont. Mas sobressai que esta é uma remodelação forçada por margens de lucros maiores, ligadas ao facto de a publicação ser propriedade do maior grupo económico ligado à imprensa. Dificilmente é credível que o Blitz tivesse falta de público e não lucrasse, mesmo que em pequena medida. Aliás, se isso aconteceu, o dedo deve também ser apontado às sucessivas administrações da Impresa, nomeadamente na sua escolha, há alguns anos atrás, de Sónia Pereira para directora. Essa Margarida Rebelo Pinto do jornalismo musical alienou o património de muitos leitores regulares que o Blitz tinha. Quando isso acontece, dificilmente uma publicação se levanta de novo. E agradar àqueles que crêem que os críticos são apenas frustrados e ressabiados, não é solução de longo prazo.

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quinta-feira, julho 06, 2006

Aí está, mais cedo do que o previsto, o que andei a fazer nesta pausa

O Novo Mundo de Terrence Mallick– O maior desgosto do ano. Um filme que, na sua busca quase demencial pela beleza, se aproxima da sensação causada por uma enxaqueca profunda. Uma overdose de estética.

Maria Madalena de Abel Ferrara– O brutamontes nova-iorquino faz um dos mais tocantes filmes sobre a fé e as dificuldades da relação com Deus. Um dos melhores filmes do ano.

Wassup Rockers de Larry Clark– Estou farto de ser burlado por este gajo.

A Comédia do Poder de Claude Chabrol– Sólido até aos dentes. Chabrol já não inventa nada, mas duvido que alguma vez se veja um filme dele com desprazer.

O Código Da Vinci de Ron Howard– Inconsistente, de uma linearidade que quer parecer escorreita, mas é apenas pobre. Mais depressa Portugal vence a selecção francesa do que Howard faz um filme bom.

Os Amigos de Dean de Arie Posin– Sobrevalorizado. Entre o retrato diluente dos súburbios americanos e um Donnie Darko de terceira, fica um esboço para um filme bem mais interessante.

Stoned, Anos Loucos (de um gajo qualquer cujo nome, a bem dizer, não interessa nada)– Mau. Muito mau. Péssimo.

A Lula e Baleia de Noah Baumbach– Lindíssimo. Um filme que toca com o peso lírico dos momentos mais belos da vida.

A Rapariga Santa de Lucrecia Martel– Portentoso. A sexualidade destilada através da asfixia.

Klimt de Raoul Ruiz– Um dos piores filmes do ano. Enfadonho e confuso, quer parecer complexo quando é apenas parvo. E até há algumas ideias visuais…

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