Lady in The Water é um filme triste. M. Night Shyamalan, nas suas três anteriores longas-metragens, tinha traçado um percurso ascendente. Havia uma solidez muito óbvia em The Sixth Sense (1999) e em Unbreakable (2000), que culminava na excelência de Signs (2002) e na complexidade de The Village (2004). Tudo isso é desbaratado neste seu quarto filme, em que um enredo em que a fantasia se confunde com irrealismo e onde o final é acelerado ao ponto do desmoronamento.
Shyamalan continua a avaliar com precisão o momento actual do mundo. E, no meio da guerra que preenche o espaço mediático, quis decerto implementar uma fábula esperançosa, que invertesse o estado de espírito contemporâneo. Mas não consegue nunca instalar a suspensão da descrença que deveria ser o motor do filme. Pior, não há nenhum momento particularmente marcante. É irrelevante, mesmo naquilo que diz sobre o mundo actual. E irrelevante ele nunca tinha sido. É pena.
* É estranho, mas sinto-me sempre mais à vontade a criticar um filme de que gosto do que um de que não gosto. Será que, ao contrário do que se diz por aí, dizer bem é mais fácil do que dizer mal?
Etiquetas: Impressões
2 Comentários:
Bem, eu nem perco tempo a escrever sobre o que não gosto. A não ser, claro, quando tinha grandes expectativas e estas saíram defraudadas.
No caso de 'Lady in the Water' tal não aconteceu. Foi bom constatar que não é tão mau como muitos o pintam... embora também admita que não seja tão bom como eu desejava que fosse.
Ainda não vi "Lady in the water", mas tenho algumas expectativas, pelos anteriores filmes. Gosto bastante de "unbreakable" e "The Village", talvez o que menos me agrada seja "Signs". Em relação a "The sixth sense" foi uma daquelas agradáveis surpresas.
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