quinta-feira, setembro 14, 2006

A Luta Continua?

O entendimento do cinema enquanto arte, reservando por isso um lugar de privilégio à majestade de um autor, será um mérito (ou de um equívoco) de um cultura fortemente impregnada de marcas literárias: a europeia. (...) Mesmo pensando em casos extremos como, cada um a seu modo, Spielberg ou Altman, o realizador americano não corresponde à imagem idealizada do artista: pura consciência solitária cujo estalar dos dedos imita a Génesis ou então, de demiurgo a demo, má consciência de um mundo impotente, prosaico ou sem glória. (...) Tudo se passa [no cinema americano] como se a previsão descritiva tivesse eliminado o próprio autor. O seu nome aparece apenas no fim do genérico. Há um rumor sobre o seu talento no fim do filme. Um nome no fim do genérico, pessoa inteira no fim do filme, são os autores americanos de admirável, quase cristalina economia, como se trabalhassem para a limpidez.
M. S. Fonseca in Cinema Americano dos Anos 60 e 70, Cinemateca Portuguesa, Lisboa, 1994

E hoje? Esta luta continua?

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