sábado, março 24, 2007
Criei este blogue com o intuito de mostrar o meu trabalho. O Cinema sempre perdurou em mim, não apenas como uma colecção de momentos e figuras icónicas, mas sobretudo como um conjunto de palavras prestes a transbordarem para papel ou suporte virtual.
O Jeu de Massacre nunca foi o blogue mais visto da blogoesfera cinéfila nacional, nunca gerou paixões e ódios outros que os pessoais, nunca foi o melhor dos blogues. Mas foi sempre meu, com o que de melhor e pior isso teve.
Agora, encontro-me perdido num emprego que odeio, num estágio que adoro mas que não me dá garantias, e num curso que estou quase a acabar, mas que as circunstâncias relegaram mais para distracção do que para outra coisa qualquer. Tempo e disponibilidade para escrever são coisas que de momento não tenho. O próprio tempo para ir ao cinema recrudesce a olhos vistos.
Ao mesmo tempo, dá-se o caso de sentir cada vez mais as minhas limitações cinematográficas. Tenho vontade de escrever mais, melhor, com uma profundida advinda do estudo e da reflexão.
Tudo isto significa que entrarei num período sabático a partir deste momento. O que não quer dizer que não continue a prestar atenção a todos aqueles que leio com atenção e que por aqui passaram sempre - acho que não preciso dizer nomes. Parafraseando o outro senhor, vou andar por aí...
Adeus e até breve!
Miguel Domingues
segunda-feira, março 19, 2007
Coisas que me Têm Passado pela Cabeça - Edição Court & Spark
With heaven full of astronauts
And the lord on death row
While the millions of his lost and lonely ones
Call out and clamour to be found
And the lord on death row
While the millions of his lost and lonely ones
Call out and clamour to be found
Etiquetas: Dispersões
Coisas que me Têm Passado pela Cabeça - Edição Court & Spark
One minute she's so happy
Then she's crying on someone's knee
Saying laughing and crying
You know it's the same release
Then she's crying on someone's knee
Saying laughing and crying
You know it's the same release
Etiquetas: Dispersões
quinta-feira, março 15, 2007
A Função Crítica
1. A avaliação de uma obra de arte é tarefa impossível. Aquilo que, tradicionalmente, é apelidado de avaliação deveria ser apelidado de opinião.
Se assim é, tal deve-se ao carácter não-objectivo da mesma. Ao contrário de uma televisão, de um frigorífico ou de um automóvel, os critérios de qualidade de um filme, um livro ou um quadro não são uniformes, nem podem ser cientificamente testados de acordo com uma grelha padronizada. A classificação torna-se, então, simultaneamente o ponto de encontro e o símbolo da distância entre crítico e leitor.
2. Uma crítica não deve nunca ser, do ponto de vista editorial, um instrumento publicitário.
Um texto crítico não pode deixar de corresponder, na medida do possível, a uma enumeração e a um levantamento dos elementos constituintes de uma obra. Contudo, semelhante acto académico não pode bastar. Tal tornaria a função crítica mais democrática (porque mais simples), mas também mais pobre (pelo mesmo motivo). Sobretudo, perder-se-ia toda a ascese da exegese.
3. Uma crítica feita sem qualquer noção de cinema, de escrita ou de estrutura narrativa, é um acto de liberdade fútil.
Ao escrever mediante um simples impulso pessoal, desbaratando tudo o que deve enquadrar o texto, perder-se-á a essencial inserção do objecto de crítica no meio que, em parte importante, lhe dá forma, bem como a sua inserção na tradição de pensamento da actividade crítica. Nada disto é especialmente grave se alguém o fizer por catarse ou por divertimento; pode ser incapacitante se o “código crítico” – a partilha de um mesmo código é sempre o cerne de qualquer comunicação – não for respeitado em certos momentos, embora deixando sempre espaço para intervenção pessoal.
4. A função crítica pode, então, ser entendida como a ponte entre o espaço público e o espaço privado.
A crítica publicada tem de se imiscuir na visão pessoal do espectador, forçando-o a testá-la, a confirmá-la ou a refutá-la. Deste modo, o elaborar de uma visão pessoal por parte do crítico tem uma utilidade inequivocamente direccionada ao leitor. Será, então, um auxiliar de discussão, discussão interior porque impossível, pela quantidade de leitores, de ser pública na sua totalidade.
Se assim é, tal deve-se ao carácter não-objectivo da mesma. Ao contrário de uma televisão, de um frigorífico ou de um automóvel, os critérios de qualidade de um filme, um livro ou um quadro não são uniformes, nem podem ser cientificamente testados de acordo com uma grelha padronizada. A classificação torna-se, então, simultaneamente o ponto de encontro e o símbolo da distância entre crítico e leitor.
2. Uma crítica não deve nunca ser, do ponto de vista editorial, um instrumento publicitário.
Um texto crítico não pode deixar de corresponder, na medida do possível, a uma enumeração e a um levantamento dos elementos constituintes de uma obra. Contudo, semelhante acto académico não pode bastar. Tal tornaria a função crítica mais democrática (porque mais simples), mas também mais pobre (pelo mesmo motivo). Sobretudo, perder-se-ia toda a ascese da exegese.
3. Uma crítica feita sem qualquer noção de cinema, de escrita ou de estrutura narrativa, é um acto de liberdade fútil.
Ao escrever mediante um simples impulso pessoal, desbaratando tudo o que deve enquadrar o texto, perder-se-á a essencial inserção do objecto de crítica no meio que, em parte importante, lhe dá forma, bem como a sua inserção na tradição de pensamento da actividade crítica. Nada disto é especialmente grave se alguém o fizer por catarse ou por divertimento; pode ser incapacitante se o “código crítico” – a partilha de um mesmo código é sempre o cerne de qualquer comunicação – não for respeitado em certos momentos, embora deixando sempre espaço para intervenção pessoal.
4. A função crítica pode, então, ser entendida como a ponte entre o espaço público e o espaço privado.
A crítica publicada tem de se imiscuir na visão pessoal do espectador, forçando-o a testá-la, a confirmá-la ou a refutá-la. Deste modo, o elaborar de uma visão pessoal por parte do crítico tem uma utilidade inequivocamente direccionada ao leitor. Será, então, um auxiliar de discussão, discussão interior porque impossível, pela quantidade de leitores, de ser pública na sua totalidade.
Etiquetas: Ensaio
terça-feira, março 06, 2007
Coisas que me têm passado pela cabeça - II
Rent a flat above a shop,
cut your hair and get a job.
Smoke some fags and play some pool,
pretend you never went to school.
But still you'll never get it right,
cos when you're laid in bed at night,
watching roaches climb the wall,
if you call your Dad he could stop it all.
You'll never live like common people,
you'll never do what common people do,
you'll never fail like common people,
you'll never watch your life slide out of view,
and dance and drink and screw,
because there's nothing else to do.
cut your hair and get a job.
Smoke some fags and play some pool,
pretend you never went to school.
But still you'll never get it right,
cos when you're laid in bed at night,
watching roaches climb the wall,
if you call your Dad he could stop it all.
You'll never live like common people,
you'll never do what common people do,
you'll never fail like common people,
you'll never watch your life slide out of view,
and dance and drink and screw,
because there's nothing else to do.
Pulp em "Common People"
Etiquetas: Dispersões
sexta-feira, março 02, 2007
Epifania....
...foi o que me aconteceu quando soube que os Arcade Fire tocariam, segundo a Agenda de Concertos, a 3 de Julho no Super Bock Super Rock.
Etiquetas: Dispersões, Interferências Musicais