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"La critique c'est l'art d'aimer." - Jean Douchet

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Aquilo que a frase de Hitchcock não diz é que este é também um dos filmes mais densos, em termos de conotações morais e filosóficas, da carreira do realizador. Subjacente a toda a história de dois rapazes, homossexuais (de acordo com os criadores do filme, mas cuja sexualidade acaba, depois de Àlmodovar, por ser um pouco diluída pela forma e pela moral do filme), que assassinam um amigo porque o podem fazer e pela emoção do acto e da impunidade, está toda a filosofia nietzschiana do super-homem, e da moral como uma formatação comportamental necessária apenas para guiar os mais fracos. O homicídio é, neste contexto, não só uma experiência artística, como também uma curiosa forma de regulação social, útil para fazer fluir a vida em sociedade. Neste aspecto, um pormenor é basto importante: Rope é a história de um desejo de vitória que se desmultiplica em duas derrotas: a dos dois jovens adultos (um brilhante e sanguinário John Dall, protótipo do assassino a um tempo terrível e encantador, e um Farley Granger com a sua tradicional fragilidade elevada à potência dez e regada em álcool), incapazes de levar a cabo o plano que tão sobranceiramente tinham concebido e, a mais trágica, a do professor interpretado por James Stewart (a iniciar, no pós-guerra, o seu percurso em direcção à negritude), que falha, humana e culturalmente, na formação dos seus alunos, e, pior do que isso, vê as concepções teóricas de uma vida destruídas pela crueldade da prática. À boa maneira de Hitchcock, nenhuma das personagens principais de Rope, mesmo aquela que desata a intriga, é o “bom da fita”. A fita, essa, como de costume em Alfred Hitchcok, é muito boa. Etiquetas: Impressões


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Líbano 2006 (Adivinha Quem Voltou...)

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Num meio cinematográfico que, bastas vezes, gera burburinho injustificado, não é de estranhar que Me and You and Everyone We Know, estreia de Miranda July, tenha granjeado respeito e admiração em quase todas as paragens do seu périplo comercial e festivaleiro. Nada há aqui do amorfo e ineficaz presente num filme como You Can Count on Me de Kenneth Lonnergan; pouco há aqui da sobrevalorização dada a Mean Creek (que é um bom filme, mas nada do que alguns fizeram dele) de Jacob Aaron Estes; ainda nada há da repetição insuportável e degradante do cinema de Larry Clark. É, então, uma obra que na sua individualidade e no seu lirismo, está confortavelmente no que poderia e deveria ser o paradigma de originalidade do cinema independente americano.
Histórias cruzadas de gente desamparada, Me and You… mostra os grandes momentos da vida travestidos de acontecimentos do quotidiano. Seja a iniciação sexual, a morte, a interrupção de uma relação, o começo de outra ou a solidão, nada escapa a uma postura que funde a emoção a uma observação simultaneamente lúcida e subjectiva, cheia de carinho humanista para com as personagens. É um filme cuja visão deixa um conforto na alma, mesclado de nostalgia por coisas com as quais nada temos a ver, mas pelos quais, de formas diferentes, já passámos. É, em suma, um filme que depende em muito da (falta de) resistência emocional ao que nele é mostrado, resistência essa que é combatida assaz eficazmente pela extraordinária musica que pontua as imagens. Resumi-lo ou recontá-lo é como definir um bom vinho pela sua fórmula química, esquecendo o travo doce e aveludado.
Por favor, deixem-se entrar nele.
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